As Inúmeras transformações ocorridas durante o ciclo da vida, permite dividi-lo em diversas fases, seja no homem, seja no cão.1

- Filhotes

Período compreendido entre o nascimento e a parada total do crescimento ósseo (maturidade óssea), passando pelas fases da lactação, infância e puberdade, sendo caracterizado como o período de maior transformação física e comportamental.1

>> No homem este período corresponde as duas primeiras décadas da vida, indo desde a concepção até o final da puberdade, onde ocorre a parada do crescimento ósseo.2

>> No cão este período varia de acordo com o porte, indo de 8 meses no cão toy até 24 meses (2 anos) no cão gigante.3,4

Antes de avaliar as fases do crescimento, a compreensão de três fatores são de fundamental importância para a compreensão das diferenças .

- Amplitude de crescimento

Relação entre o peso adulto com o seu peso ao nascimento, isto é, quantas vezes o peso ao nascimento é multiplicado até o peso adulto.3

>> No homem, o peso médio ao nascer varia entre 2,5 Kg e 4 kg5, assim como seu peso médio do adulto é de 70 Kg6, ou seja, a amplitude de crescimento do homem é algo entorno de 20.

>> No cão, esta amplitude varia bastante, indo de 20 na raça Maltes (toy), cujo peso ao nascer é de 150 g e o peso médio do adulto da raça é 3,5 Kg, a 100 no caso da raça Mastim Napolitano (gigante), cujo peso médio ao nascimento é de 600 g e do adulto da raça é de 60 Kg.3

De modo didática, podem ser usados os seguintes fatores de amplitude de crescimento:

Toy – 17; Pequeno – 20; Médio – 30; Grande – 50 e Gigante – 100.

- Duração do crescimento

Refere-se ao tempo em que se leva para completar todo o crescimento, caracterizado pela calcificação completa dos ossos longos do corpo (ex. fêmur) e a estabilização do peso.7

>> No homem, o crescimento ósseo, possui três momentos distintos e sequenciais, os quais duram de dois a três anos (estirões) com um intervalo entre eles e a duração total é de aproximadamente 20 anos até o final do processo de maturação esquelética, que se encerra com o fechamento epifisário (de 18 a 21 anos).7

>> No cão, este processo ocorre em momentos diferentes de acordo com o porte, nos cães toy, esta calcificação e estabilização do peso ocorre por volta do 8º mês de vida, já no cão gigante, ocorre por volta do 24º mês de vida.3,4

Fases do crescimento

1ª Fase - Lactação

Período de maior dependência, onde a única fonte de alimento é o leite materno.

>> Na mulher, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o período mínimo de aleitamento materno exclusivo é de 6 meses,8 onde o leite é capaz de satisfazer todas as necessidades nutricionais do bebê, contudo, após este período, o leite materno já não é mais capaz de satisfazer as necessidade nutricionais crescentes dos lactente, logo torna-se imperativo a introdução de outros alimentos.1,2,9,10

>> Na cadela, o período de lactação é de 4 a 9 semanas de vida, independentemente do porte, assim como na espécie humana os filhotes triplicam de peso, acumulando energia (gordura) para a entrarem na 1 ª fase de estirão (infância).3

2ª Fase - Infância

Período compreendido entre o desmame e a puberdade, onde, no seu término, os indivíduos atingem aproximadamente 80% de sua altura e 50% do seu peso adulto.3,7,8,11

>> No homem, esta fase vai de 18 meses até 12 anos,11 caracterizado por uma velocidade de crescimento reduzida.7

>> No cão, esta fase também é variável de acordo com o porte, vai de 5 a 6 meses no cão toy e de 8 meses a 1 ano no cão gigante, caracterizado por uma velocidade de crescimento acelerada, com altas necessidade de proteína e energia.3,10,12

3ª Fase - Adolescência

Fase da maturação óssea, com início na puberdade e termino na calcificação dos discos epifisários dos ossos longo finalizando o crescimento corpóreo.3,7,11,13

>> No homem, refere-se ao período de 12 anos ao 18 anos,11 marcado pela rápida aquisição de conteúdo mineral ósseo assinalado como período crítico do desenvolvimento.7,8

>> No cão, existe grande disparidade de tempo entre os portes, indo de 2 a 3 meses no cão toy a um ano no cão gigante, marcado por grande ganho ponderal (peso) muscular.3,10

- Adultos

Inicia-se com a parada do crescimento ósseo (maturidade óssea) e a estabilização do peso e das necessidades nutricionais, e finda com a diminuição progressiva da reserva funcional do indivíduo (senescência), onde este atinge 65% da expectativa de vida da sua espécie.3,4,14,15

>> No homem, de acordo com a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, sob o ponto de vista cronológico, esta faixa etária varia de 21 a 60 anos.14,15

>> No cão, segundo os Colégios Americanos Veterinários de Medicina Interna, de Cirurgiões e de Patologistas, cães toy e pequenos a faixa etária adulta vai de 10 meses até 11 anos nos cães de portes toy e pequeno, no de porte médio vai de 12 meses até 10 anos, no de porte grande vai de 18 meses até 8 anos e no gigante vai de 24 meses até de 7 anos.3,4,16

- Idoso

A senescência é definida como um processo biológico, natural, complexo, que resulta na redução progressiva da capacidade do indivíduo manter a homeostasia sob estresses fisiológicos, diminuindo sua viabilidade e aumentando a vulnerabilidade a doenças e compreende aos 25% finais da expectativa de vida.14,15,17,18 Por exemplo, a expectativa de vida do cão de pequeno porte é de 16 anos, logo, sua fase idosa começará a partir do 12º ano de vida.

>> No homem, a expectativa de vida, na população brasileira, é de 73,5 anos.14,19

>> No cão há grandes contradições nos levantamentos estatísticos. Tomando como base os dados norte-americanos, que estipulam a expectativa de vida do cão pequeno é 16 anos, do cão médio é de 13 anos, dos cães grandes 11 anos e gigante de 8 anos.16,17

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6. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. Dados amostrais e estimativas populacionais das medianas de altura e peso da população, por sexo, segundo a idade e os grupos de idade - Rio de Janeiro - período 2008-2009. https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pof/2008_2009_encaa/defaulttabpdf_UF.shtm. Published 2010. Acessado junho 10, 2018.

7. da Silva CC, Lederer Goldberg TB, dos Santos Teixeira A, Marques I. O exercíco físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade? Rev Bras Med do Esporte. 2004;10(6):520–528. doi:10.1590/S1517-86922004000600009.

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